Ela não era um poeta, e sim uma poetisa. Também não era brasileira, era ucraniana da cidade de Chetchelnik. Nascida Haya Pinkhasovna Lispector, em 10 de dezembro de 1920, Clarice chegou ao Brasil junto com os pais fugindo da Guerra Civil Russa. A menina de aproximadamente dois anos passou por cidades como o Rio de Janeiro e Maceió, mas foi no Recife que o coração bateu mais forte. A afinidade com a cidade foi tanta que a própria se declarava pernambucana quando foi naturalizada brasileira. (Para conferir as imagens em tamanho ampliado, clique nelas).
O gosto pelos poemas começou ainda na infância. Dedicada aos estudos, Clarice dominou várias línguas, como francês, hebraico, inglês e, óbvio, português. A jovem deixou o Recife por volta dos 10 anos para viver no Rio de Janeiro. Lá, Clarice começou a cursar direito na Escola da Universidade do Brasil por volta dos 18. Mais tarde cursou psicologia e antropologia. Foi a partir desse momento que ela decidiu se dedicar inteiramente à literatura.
Aos 20 anos, Clarice Lispector entrou para o mundo do jornalismo. Trabalhou como repórter e redatora de artigos em jornais como o "Correio da Manhã" e "Diário da Noite". A poetisa deu uma pausa na carreira para se dedicar ao casamento com o diplomata Maury Gurgel Valente, que durou entre 1943 e 1959. Junto com ele e os filhos, Lispector foi morar em outros países. Após a separação, Clarice voltou ao Brasil, residindo no Rio de Janeiro.
Na literatura, Clarice Lispector começou escrevendo contos, em 1940 - O primeiro foi intitulado "Triunfo". Ao longo da carreira, ela também produziu poesias, romances, crônicas, histórias infantis e se consagrou como um dos maiores nomes do modernismo brasileiro da "Geração de 45". Um dos destaques da sua obra é o poema "Água Viva", que chegou a ter montagens teatrais. Clarice Lispector morreu aos 56 anos, vítima de câncer, e seu corpo foi enterrado no cemitério do Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro.
Para quem ficou interessado em conhecer a escultura em tamanho real de Clarice Lispector, produzida pelo artista plástico pernambucano Demétrio Albuquerque, basta visitar a praça Maciel Pinheiro, na região central do Recife. P.S.: Importante a gente destacar um detalhe: O péssimo estado de conservação da obra. As imagens que você viu nessa postagem passaram por tratamento em função da sujeira causada pelos animais que vivem na praça.
A coluna deste mês vai ficando por aqui. Se você curtiu, a gente te convida a conferir as edições anteriores: João Cabral de Melo Neto (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/01/poetas-de-pedra-joao-cabral-de-melo-neto.html), Joaquim Cardozo (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/04/poetas-de-pedra-joaquim-cardozo.html), Capiba (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/02/poetas-de-pedra-capiba.html), Manuel Bandeira (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/05/poetas-de-pedra-manuel-bandeira.html), Ariano Suassuna (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/03/poetas-de-pedra-ariano-suassuna.html), Naná Vasconcelos (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/06/poetas-de-pedra-nana-vasconcelos.html), Chico Science (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/07/poetas-de-pedra-chico-science.html), Ascenso Ferreira (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/08/poetas-de-pedra-ascenso-ferreira.html), Antônio Maria (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/09/poetas-de-pedra-antonio-maria.html), Carlos Pena Filho (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/10/poetas-de-pedra-carlos-pena-filho.html), Solano Trindade (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/11/poetas-de-pedra-solano-trindade.html), Luiz Gonzaga (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/12/poetas-de-pedra-luiz-gonzaga.html) E Liêdo Maranhão (http://gnewsblog2.blogspot.com/2021/01/poetas-de-pedra-liedo-maranhao.html).
Fontes: El País e Ebiografia
Fotos: George Luiz / G News Blog
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