COLEÇÕES - XUXA

   Na semana da criança, as postagens do "G News" serão voltadas para os pequenos de ontem e de hoje. A coluna "Coleções" desse mês destaca ela que, sem sombra de dúvidas, foi o maior ídolo infantil já produzido pelo Brasil em todos os tempos: Maria da Graça Xuxa Meneghel. Sua coleção "regular" (Sem contar as coletâneas), é composta por 36 discos, que nessa postagem vamos dividir em cinco grupos:

ERA REDE MANCHETE

   O primeiro disco (Existente nos formatos LP e K-7) foi lançado pela Polygram em 1985, quando Xuxa ainda estava na Rede Manchete de televisão, apresentando o lendário "Clube da Criança". "Xuxa e Seus Amigos" é composto de 12 canções, em que a apresentadora dividiu os vocais com grandes nomes da MPB (Chico Buarque, Caetano Veloso, Erasmo Carlos, Biquíni Cavadão, Zizi Possi, Marina Lima e Nara Leão). Deste álbum, destacamos a canção gravada apenas por ela: "Sete Quedas". Curiosamente, o disco nunca teve uma versão em CD.


EXPLOSÃO NA REDE GLOBO

   Em 1986, a apresentadora gaúcha começava sua retumbante fase profissional, estreando em junho na Rede Globo de Televisão. O programa "Xou da Xuxa", apresentado diariamente das 8h às 12h, foi acompanhado de diversos produtos, incluindo a estrondante coleção de discos. Para se ter ideia do fenômeno, dos sete álbuns "Xou" lançados, quatro figuram entre os dez mais vendidos da história da música brasileira (Vide matéria nesse link: https://gnewsblog2.blogspot.com/2012/10/os-10-mais-da-musica-brasileira.html).

   A duração de um programa com quatro a cinco horas diárias e a divulgação maciça das músicas nele fizeram com que praticamente todas as canções de cada álbum ficassem extremamente conhecidas. A sonoridade e a energia dos arranjos transformaram os discos de Xuxa em itens básicos para qualquer festa infantil da segunda metade dos anos 80... e 90... e até mesmo nos anos 2000. Com uma vendagem média de 2 milhões por disco, a coleção é a mais bem sucedida da discografia da apresentadora.

   O destaque dessa fase, obviamente, vai para "Xou da Xuxa 3" (1988), álbum que comporta o maior hit da artista (Ilariê) e é considerado o disco infantil mais vendido do mundo, segundo o "Guiness Book" (O Livro dos Recordes). O trabalho vendeu cerca de 3,2 milhões de cópias. A partir do sucesso fonográfico da apresentadora, as gravadoras tiveram que criar novas certificações para as vendagens de disco. Além dos conhecidos discos de ouro e platina e suas variações (Duplo, triplo e por aí vai...), surgiu o "Disco de Diamante", geralmente concedido aos que vendiam na casa dos milhões.

   Basicamente, o repertório principal da cantora está compreendido na coleção "Xou": Doce Mel, Turma da Xuxa, Parabéns da Xuxa, Estrela Guia, Festa do Estica e Puxa, O Circo, Croc-Croc, Ilariê, Brincar de Índio, Arco Íris, Dança da Xuxa, Tindolelê, Milagre da Vida, Lua de Cristal, Pinel por Você, O Xou da Xuxa Começou, Hoje é Dia de Folia, Marquei um X, Xuxa Park, Nosso Canto de Paz (Pra tentar ser o mais breve possível).

FASE INFANTOJUVENIL

   A segunda fase musical de Xuxa começou em 1993, ainda com resquícios da fase "Xou". Naquele ano, a Som Livre lançou um disco de 10 faixas com as chamadas "sobras" dos trabalhos anteriores. Nessa época, a apresentadora vivia um hiato na televisão. Havia voltado de uma passagem pela tevê internacional e estreado seu primeiro programa para "toda família". "Xuxa", exibido apenas um dia na semana, só durou seis meses. Entre as canções mais queridas pelos fãs deste disco, estão "Espelho Meu" e "Corrente do Amor".

   No ano seguinte, de fato, Xuxa começava uma nova fase musical, tão vitoriosa quanto a anterior. A estrela se impôs musicalmente com os discos "Sexto Sentido" (1994), "Luz no Meu Caminho" (1995), "Tô de Bem Com a Vida" (1996), "Boas Notícias" (1997), "Só Faltava Você" (1998) e "2000" (1999). As músicas seguiam a mesma energia da primeira fase, mas os temas não giravam apenas em torno dos baixinhos. O álbum de 1995, por exemplo, foi o que trouxe um universo mais adulto para a discografia da apresentadora. O trabalho seguinte foi o último lançado em LP. "Boas Notícias" deu adeus ao formato K-7. Hoje os itens são considerados raríssimos e custam "fortunas" nos sites de venda.

   Desta leva de discos, os destaques musicais são: Hey Dj, É de Chocolate, Jogo da Rima, Salada Mixta, Brasileira, Príncipe Encantado, Tô de Bem Com a Vida, Xuxaxé, Carnaxuxa, Boas Notícias, Xuxalelê, Planeta Xuxa, Libera Geral, Eu tô Feliz, Parque da Alegria, entre outras canções que, além dos programas de tv, também foram bastante executadas nas rádios de todo o Brasil. "Sexto Sentido" chegou a ter o registro da turnê homônima lançado em VHS.

SÓ PARA BAIXINHOS

   Influenciada por produtos audiovisuais infantis lançados no exterior, Xuxa deu início a um novo e também vitorioso projeto musical: "Só Para Baixinhos". A coleção teve o primeiro volume lançado em CD e VHS em 2000 e trazia canções voltadas para a primeira infância. As músicas falavam das cores, dos bichos e tinham letras chicletes que encantaram a geração dos anos 2000.

   O sucesso de vendagem nos primeiros discos, fez a Som Livre apostar na proposta de sua principal estrela. Na gravadora, foram lançados mais sete volumes, com temas variados: Velho Oeste, Praieiro, Circo, Brincadeiras, Escola e até uma edição comemorativa dos 20 anos de sucesso de Xuxa. Batizado como "Festa", o CD e o DVD traziam releituras dos antigos sucessos da apresentadora.

   O projeto também rendeu dois prêmios Grammy Latino seguidos para Xuxa: Só Para Baixinhos 2 e 3 receberam o "Gramophone de ouro". A apresentadora chegou a ser indicada outra porção de vezes, nos anos seguintes. A série de discos também proporcionou três turnês: Só Para Baixinhos o Show, Xuxa Circo e Xuxa Festa (Essa última com menos apresentações que as anteriores).

   Depois de 23 anos, Xuxa deixou a Som Livre em 2009. Naquele ano, lançou a primeira das quatro edições do SPB produzidas junto com a Sony Music. desta safra, surgiram "Natal Mágico", "Baixinhos, Bichinhos e +" (2010), "SPB 11" (2011) e "É Pra Dançar" (2012). Em 2014, a apresentadora anunciou o retorno para sua antiga gravadora e começou a trabalhar na 13ª edição do projeto infantil. O trabalho, composto por 27 faixas e dedicada ao alfabeto, porém, iria demooooorar pra sair do forno.

    A surpreendente saída de Xuxa da Globo, após quase 30 anos de casa, emperrou o lançamento do "ABC do SPB", que adormeceu por cerca de 3 anos. Foi necessário o empenho de fãs da artista para pressionar o lançamento do produto pela Som Livre. O disco foi lançado nos formatos CD e DVD no final de 2016, já com a apresentadora na RecordTV. Para tristeza da sua legião de fãs, SPB 13 é considerado o último projeto musical de Xuxa. Em suas redes sociais, a estrela até falou sobre o suposto tema da 14ª edição, porém, a realização esbarra no que Xuxa credita ser "a falta de investimento nesse tipo de produto para crianças".

 ÁLBUNS INTERNACIONAIS

   A coleção internacional de Xuxa é composta por sete álbuns em espanhol. Os discos foram lançados no exterior pela Polygram/Universal entre 1990 e 2005. "Xuxa" volumes 1 (1990), 2 (1991) e 3 (1992), "El Pequeño Mundo" (1994), "Dance" (1996), "El Mundo És de Los Dos" (1999) e "Solamente Para Bajitos" (2005) trazem sucessos do Brasil em língua espanhola e algumas canções inéditas para o público brasileiro.

   Em termos de procura, são os mais cobiçados, o que significa também que são os mais caros para se adquirir. Dificilmente você encontrará cada álbum por menos de R$ 200, exceto a versão espanhola do "Só Para Baixinhos", que é possível conseguir por menos de R$ 100. Ainda existe um disco espanhol a ser lançado: "Fiesta". A versão espanhola do disco brasileiro de 2006 chegou a ter o lançamento divulgado em 2018, mas a conversa esfriou e não existe mais previsão de quando e SE chegará ao mercado.

   P.S. Como bônus, vamos destacar três CDs especiais que hão de ser considerados: Dez Anos (1996), "Vinte Anos" (2006) e "Arraiá da Xuxa" (1997). Os dois primeiros são coletâneas e foram lançados como parte das comemorações dos aniversários da apresentadora na Globo. O terceiro é um disco "Inédito", com regravações de clássicos juninos. São trabalhos merecedores de estarem em sua coleção. 

   Para os baixinhos que sonham em reunir a discografia da apresentadora e relembrar os velhos tempos, a notícia é positiva: Todos os álbuns, exceto os espanhóis, são fáceis de encontrar em sebos e sites de produtos seminovos. Os preços são variados, mas extremamente acessíveis. Não só é possível reuni-los em CDs, como em K-7 e LPs também. Vale como memória afetiva e é nossa homenagem especial às crianças do passado.

Fotos: George Luiz / G News Blog       

Comentários

  1. Além desse "1988 - Xou da Xuxa 3", a Xuxa por incrivel que pareça é considerada a maior vendedora de discos do pais, sobre qualquer gênero musical, desde discos internacionais a musicas nacionais brasileiras do pop, rock, MPB, bossa, clássico, a brega, forró, ou sertanejo.

    Eu nunca comprei nada dela, mas como eu era uma pirralha que assistiu sua estreia na rede Globo em 1986, lembro claramente da ''febre'' que foram suas musicas chiclete entre a molecadinha nas escolas. Eu gostava do Bozo também, Sergio Malandro e sua porta dos desesperados, Angelica de Taxi, Fofão, Topo Gigio ... mas o que mais gostava de ver na TV era os seriados e desenhos, e claro, algumas novelas que tornaram-se cult como Roque Santeiro, Tieta, Pantanal, Top Model. Até a soundtrack (trilha-sonora) dessas novelas eram Top.

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