POETAS DE PEDRA - ANTÔNIO MARIA


   O poeta desse mês também foi jornalista e compositor. Antônio Maria Araújo de Morais nasceu no Recife em 17 de março de 1921 e era filho de um usineiro, que morreu quando ele ainda estava na adolescência. Na juventude, cursou agronomia e chegou a assumir a função de técnico de irrigação no Engenho Cachoeira Lisa, pertencente a sua família. Aos 13 anos começou a trabalhar com comunicação. Anos depois, comandou programas musicais na Rádio Clube da Pernambuco.

   Por volta dos 18 anos, Antônio Maria foi morar no Rio de Janeiro. Fez alguns trabalhos como locutor de rádio e pouco tempo depois retornou para Recife, onde se casou com Maria Gonçalves Ferreira. Chegou a se candidatar ao cargo de vereador na capital pernambucana, mas não foi eleito. Foi contratado pelas Emissoras Associadas e foi morar na Bahia. Paralelamente, compunha canções.

   Produziu sambas, baladas e, lógico (Pernambucano que era), frevos. Entre eles, "Frevo nº 1" (Ô ô saudade / Saudade tão grande / Saudade que eu sinto / Do Clube das Pás, do Vassouras / Passistas traçando tesouras / Das ruas repletas de lá...). Teve obras gravadas por nomes como Ângela Maria, Elizeth Cardoso e até o cantor norte-americano Nat King Cole, entre tantos outros. Ele também produzia jingles publicitários.

   Em 1948 foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalhou como diretor de produção na Rádio Tupi e escreveu para jornais e revistas, inclusive com coluna própria. Mais tarde assumiu os microfones e fez sucesso como cronista de futebol. Já fazendo parte do grupo Emissoras Associadas, Antônio Maria foi convidado para integrar a equipe da primeira emissora de televisão do Brasil: A Tupi. Na tevê, assumiu a função de diretor de produção.

   O "Bom Maria", como era chamado por Vinícius de Moraes, morreu precocemente (Aos 43 anos) no dia 15 de outubro de 1964, após sofrer um infarto. Ele estava em frente a uma boate na orla da Praia de Copacabana, na zona sul do Rio. Hoje, o poeta está imortalizado com uma escultura em tamanho real produzida pelo artista plástico Demétrio Albuquerque, que está localizada na Rua do Bom Jesus, no Recife Antigo. 

   A coluna "Poetas de Pedra" de setembro fica por aqui. Se você curtiu, o "G News" te convida a conferir as edições anteriores: João Cabral de Melo Neto (
http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/01/poetas-de-pedra-joao-cabral-de-melo-neto.html), Joaquim Cardozo (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/04/poetas-de-pedra-joaquim-cardozo.html), Capiba (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/02/poetas-de-pedra-capiba.html), Manuel Bandeira (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/05/poetas-de-pedra-manuel-bandeira.html), Ariano Suassuna (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/03/poetas-de-pedra-ariano-suassuna.html), Naná Vasconcelos (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/06/poetas-de-pedra-nana-vasconcelos.html), Chico Science (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/07/poetas-de-pedra-chico-science.html) e Ascenso Ferreira (http://gnewsblog2.blogspot.com/2020/08/poetas-de-pedra-ascenso-ferreira.html).

Fontes: Dicionário MPB, Portal da Crônica Brasileira.
Fotos: George Luiz / G News Blog

Comentários