CATÁSTROFE NO HAITI

Imagem:Wikipedia

Um terremoto de sete graus na escala Richter (escala que mede a força dos terremotos e vai de 0 à 10), atingiu o Haiti por volta das 19h53min(horário de Brasília) da terça-feira (12) e destruiu, quase totalmente, a capital do pequeno país, que divide uma ilha com a República Dominicana. Em poucos minutos a cidade de Porto Príncipe estava em ruínas. O Haiti é o país mais pobre das Américas, possue cerca de nove milhões de habitantes e foi o primeiro a conseguir sua independência. A população é predominantemente negra e de pessoas jovens. O país sofreu com ditaduras, golpes militares que depuseram presidentes e inúmeros episódios de corrupção. A violência se tornou outro grande problema e por isso, desde 2004, o Brasil lidera uma operação de paz no país organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas). As tropas brasileiras são revezadas a cada seis meses e mantém uma relação de respeito com a população. Atualmente 1.266 soldados estão no país.
Foto: AFP
Esse foi o pior terremoto registrado no Haiti nos últimos duzentos anos, seu poder de destruição equivale ao de trinta e cinco bombas atômicas, como a que atingiu Hiroshima em 1945. Prédios caíram, inclusive o da presidência, a rede telefônica e elétrica foi comprometida e o aeroporto ficou fechado. Para se chegar ao país, era necessário pousar na República Dominicana e seguir por terra até Porto Príncipe. A falta de estrutura do país dificultou o resgate de sobreviventes e corpos. Logo, países da América Latina se mobilizaram para ajudar. A base militar brasileira no Haiti também cedeu, matando onze militares. Entre os mortos brasileiros está Zilda Arns, Médica pediátrica e sanitarista que estava no país desde a segunda-feira (11) para um encontro com religiosos na finalidade de implantar, no Haiti, a Pastoral da Criança, que na década de 80 diminuiu drasticamente a mortalidade infantil e a desnutrição no Brasil.

Foto:Caio Gatelli/Folha Imagem

Na quinta-feira (14), os primeiros aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) começaram a chegar com mantimentos (Água, comida e etc.). Mais militares desembarcaram para ajudar no resgate. A situação começou a ficar crítica quando os corpos, que estavam espalhados pela cidade, começaram a se decompor, isso criou o medo de uma epidemia. Valas coletivas foram abertas para enterrar as vítimas. Os EUA liberaram cem milhões de dólares para a reconstrução do país, assim como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a ONU. Artistas também se uniram para levantarem fundos. O Brasil montou hospitais de campanha para cuidar dos feridos. Segundo a Cruz Vermelha, 50 mil pessoas morreram, mas esse número ainda pode chegar a 100 mil. A ONU confirmou a morte de 36 funcionários e o desaparecimento de 150. Na manhã de sexta-feira (15), um avião da FAB trouxe militares feridos, ao desembarcarem, todos foram encaminhados para hospitais. Um porta-aviões americano chegou ao Haiti com três mil homens a bordo. Cuba abriu o espaço aéreo para os Estados Unidos levarem ajuda ao país.
Foto:REUTERS/Reuters TV

As ultimas notícias dão conta de que Hilary Clinton deve chegar ao Haiti nesse sábado (16). O presidente do país teme revolta da população devido à escassez de alimento. Estão acontecendo saques em toda parte de Porto Príncipe. O Brasil pretende liderar a reconstrução do Haiti. Os soldados que estão sendo enviados ao país não fazem o trabalho de sepultamento das vitimas, isso porque, segundo a tradição haitiana, os corpos dos haitianos não podem ser tocados por pessoas que não sejam do país. Nesse sábado, um novo tremor de 4,5 graus atrapalhou o resgate dos corpos e a busca por sobreviventes, o epicentro foi a dez quilometro de profundidade e a vinte e cinco da capital. Não foi registrado nenhum incidente maior. Numa das ultimas estimativas de mortos, o governo haitiano sinalizou com a possibilidade de 140 mil mortos. Na tarde do sábado mais um corpo de brasileiro foi encontrado, elevando assim, o número de mortos para 17, sendo 14 militares, Zilda Arns, um terceiro civil e o diplomata brasileiro Luis Carlos Costa, que era chefe adjunto civil da missão de paz da ONU no Haiti. Até o presente momento não existe um número exato de mortos na tragédia do Haiti.

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