COLEÇÕES - ROBERTO CARLOS

   Há pelo menos 40 anos, nos acostumamos a assistir seus especiais. A tradição está tão enraizada que muitos só se dão conta que o ano está chegando ao fim quando ele aparece na televisão desfilando seus clássicos musicais. Em 2019, o cantor e compositor comemorou seus incríveis e ininterruptos 60 anos de carreira. A última edição da coluna "Coleções" não poderia ter alguém mais importante para destacar que o rei, ROBERTO CARLOS. São 68 álbuns que vamos dividir em cinco décadas.

Década de 1960

   Apesar de oficialmente serem contados os discos lançados a partir de 1963, Roberto tem um trabalho que foi considerado por muito tempo como "injustiçado". Chamado "Louco Por Você" e lançado em 1961, esse disco jamais foi lançado no formato CD e encontrá-lo em LP é uma verdadeira raridade. Atualmente é possível encontrar suas músicas no formato digital no próprio site do artista.

   Dentre os trabalhos inseridos na coleção, está o disco batizado com o nome do rei, lançado em 1963. O disco traz clássicos do movimento "Jovem Guarda", liderado por Roberto, Erasmo e Wanderleia. Entre os sucessos, destacamos "Parei na Contramão", "Splish Splash" e "Quero me Casar Contigo". No ano seguinte, "É Proibido Fumar" trouxe mais uma coleção de êxitos, como a faixa título do disco e a clássica "O Calhambeque". Em 1965, Roberto Carlos produziu três discos: "Canta Para a Juventude", a sua versão em espanhol, "Canta a La Juventud", e "Jovem Guarda". Deste ano, destacamos o sucesso "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno".
   

   Em 1966, o cantor lançou um novo trabalho tendo seu nome como título. Nesse álbum, você poderá ouvir mais figuras tarimbadas da discografia do rei: "Eu Te Darei o Céu", "Nossa Canção" e "Negro Gato". No ano seguinte, o disco "Em Ritmo de Aventura" trouxe outros sucessos, como "Eu Sou Terrível" e "Como é Grande o Meu Amor Por Você". "O Inimitável" chegou às lojas em 1968, impulsionando mais clássicos: "Se Você Pensa", "As Canções Que Você Fez Pra Mim" e "Eu te Amo, Te Amo, Te Amo", entre outras. De 1968 também destacamos o álbum "San Remo 1968", com outra leva de canções exitosas, entre elas, "O Show Já Terminou".

   Fechando a década de 1960, o trabalho lançado em 69 ampliou ainda mais o repertório de clássicos do cantor. Com esse disco, vieram "As Curvas da Estrada de Santos", "Sua Estupidez", "As Flores do Jardim da Nossa Casa", entre outras. Por terem sido relançados por diversas vezes, os discos dessa primeira fase do Roberto são fáceis de encontrar e os preços são bem acessíveis. Você pode começar a juntar a discografia iniciando por eles.  

Década de 1970

   Você já deve ter notado que estamos mostrando discos que poderiam nem ser considerados como discografia oficial. É o caso do disco em inglês "Roberto Carlos". De toda forma, é interessante ver o rei "mandando bem no inglês" com clássicos do porte de "Falando Sério" e "Na Paz do Seu Sorriso". No álbum que abre a discografia nacional de Roberto, a religiosa "Jesus Cristo" aparece pela primeira vez na história musical do artista. Há que se destacar que os grandes sucessos do cantor são basicamente oriundos das décadas de 60 e 70, portanto, é necessário para todo colecionador reunir esses álbuns. Por exemplo, do disco de 1971 saíram outra leva de sucessos: "Detalhes", "De Tanto Amor" e "Amada Amante".


   Também são dessa época as capas mais bonitas do capixaba. Em 1972, o público conhecia mais um disco de Roberto Carlos. No seu repertório, estavam "Como Vai Você", "A Distância" e "A Montanha". A sucessão dos sucessos parecia não ter fim para a dupla Roberto e Erasmo. Em 1973, eles apresentaram ao mundo "Proposta". Roberto também regravou um clássico de Carlos Gardel, "El Dia Que Me Quieras". Aí você há de perguntar: No disco seguinte o ídolo maneirou nos sucessos?? Eu lhe responderei: Claro que não!!! "O Portão" e "É Preciso Saber Viver" estão presentes no disco de 1974. As regravações dos próprios sucessos começavam a aparecer no álbum de 1975, como "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno". "Além do Horizonte" também compôs o repertório do disco.

   No trabalho de 1976, Roberto apresentou mais clássicos aos fãs, como "Ilegal, Imoral ou Engorda" e "Os Seus Botões". O disco de 1977 é outro indispensável na história do cantor. A dupla com Erasmo rendeu outras fascinantes canções do repertório: "Amigo", "Cavalgada" e "Não Se Esqueça de Mim" só pra começar. O disco ainda tinha uma da compositora "coringa" de Roberto, Isolda. Dela, o destaque é "Outra Vez". A obra lançada em 1978, pra variar, apresentou ao público mais canções icônicas, como "Lady Laura", "Café da Manhã" e a gravação de "Força Estranha" de outro grande ídolo do Brasil, Caetano Veloso. O último disco da década de 70 emplacou mais hits: "Na Paz do Seu Sorriso", "Desabafo" e "Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo".

Década de 1980

  A terceira década de carreira de Roberto Carlos, como sempre, foi emendando um sucesso no outro. A parceria Roberto e Erasmo continuou a todo vapor. No disco de 1980 o destaque foi para as faixas "A Guerra dos Meninos" e "Amante à Moda Antiga". No ano seguinte, foram lançadas "Ele Está Pra Chegar", "As Baleias", "Cama e Mesa" e a marca registrada de Roberto Carlos, "Emoções". No disco seguinte, lançado em 1982, o artista trouxe um novo hit: "Fera Ferida". A década de 80 começou a mostrar um artista mais maduro. As baladas românticas e religiosas ganharam mais espaço em suas obras. Em 1983, Roberto e Erasmo produziram "Você Não Sabe" e "O Côncavo e o Convexo".


   No ano de 1984, o cantor lançou um disco de nove faixas em que destacamos as canções "Coração", "Aleluia" e "Caminhoneiro". No trabalho seguinte, mais baladas, como é o caso da "De Coração Pra Coração" e no embalo do movimento de redemocratização, veio a canção "Verde e Amarelo". Em 1986, o sucesso do disco foi para a canção "Amor Perfeito", de Michael Sullivan, Paulo Massadas, Lincoln Olivetti e Robson Jorge. Da dupla Roberto e Erasmo foi lançada "Do Fundo do Meu Coração". O disco de 1987 é um capítulo a parte na história de Roberto Carlos.

   Com a canção "O Careta", Roberto foi acusado de plágio pelo compositor Sebastião Braga. Em 2002, a Justiça condenou Roberto a pagar R$ 1,7 milhão. Não se sabe se por esse motivo, mas nos relançamentos dos discos do rei, o álbum de 1987 jamais voltou às lojas. Para encontra-lo, só nos sebos e lojas virtuais, ainda assim por preços bem salgados. Em 1988, Roberto lançou um disco "Ao Vivo". O álbum trouxe uma compilação de clássicos do artista. No último trabalho da década, o astro trouxe uma homenagem a "Amazônia", além de regravar dois sucessos: "Nem as Paredes Confesso" e "Smile".

Década de 1990

   Já consagrado, Roberto Carlos teve uma década de 90 regular, com alguns sucessos pontuais tocando nas rádios, mas nada que se compare a avalanche de sucessos das décadas anteriores. No primeiro trabalho dessa fase, destacamos "Super Herói". No disco seguinte, lançado em 1991, um fato bem raro nos trabalhos de Roberto: Participação Especial. A honra foi concedida a Fafá de Belém, que junto com o rei interpretou "Se Você Quer". Esse trabalho também trouxe a religiosa "Luz Divina". Em 1992, a música das rádios foi o sucesso dedicado às mulheres baixinhas. "Mulher Pequena" foi o grande hit de Roberto naquele ano. No disco seguinte foi a vez dele homenagear as gordinhas em "Coisa Bonita". Desse álbum também destacamos "O Velho Caminhoneiro" e o mega sucesso "Nossa Senhora".


   Em 1994, outra categoria ganhou destaque no repertório de RC: Os taxistas. A faixa impulsionou o sucesso do disco junto com a romântica "Alô" e a religiosa "Jesus Salvador". Com o sucesso das canções voltadas a Deus, Roberto emplacou um sucesso por álbum. Em 1995, foi a vez de "Quando eu Quero Falar Com Deus" encantar os cristãos. "O Charme dos Seus Óculos" é outra canção para destacar. Depois de cantar para as baixinhas e gordinhas, Roberto passou uma "cantada" nas maduras, com "Mulher de 40", em 1996. Os cristãos ganharam um novo sucesso: "O Terço". Destaque também parar "Assunto Predileto", "Comandante do Seu Coração" e "Cheirosa".

   No ano de 1997, o cantor produziu um disco totalmente em espanhol: "Canciones que Amo". Das 10 músicas que compõem o trabalho, apenas uma é em português, "Coração de Jesus". No disco seguinte, o cantor iniciou o resgate de antigos sucessos, mesclados com canções inéditas. Desse álbum, a novidade das rádios foi "Baile na Fazenda". Entre os clássicos, extraídos de apresentações ao vivo, destacamos "Amada Amante". O ano de 1999 foi de imensa tristeza para o rei. Dedicado ao tratamento da mulher Maria Rita, RC não produziu álbum novo. Intitulado "30 Grandes Sucessos", o lançamento tinha dois volumes e trazia uma compilação completa de êxitos. Ainda assim, o artista brindou o público com a inédita "Todas as Nossas Senhoras".

Década de 2000


   Parcialmente recuperado da morte de Maria Rita, Roberto Carlos produziu "Amor Sem Limite" totalmente dedicado à sua amada. A faixa título tocou bastante nas rádios. Visualmente, o ídolo assumiu os cabelos grisalhos. O trabalho também trouxe clássicos, como "Mulher Pequena" e "O Grande Amor da Minha Vida". Junto com a MTV, o cantor lançou o álbum "Acústico" em 2001, que também saiu no formato DVD. O disco teve apenas regravações de sucessos, como "Emoções". O sucesso nas rádios ficou por conta da releitura de "Todos Estão Surdos". No ano seguinte, Roberto lançou apenas uma canção: o "rap" "Seres Humanos". As outras 13 faixas do disco se dividiam entre versões ao vivo e remixes de clássicos do seu repertório.


   O trabalho de 2003, "Pra Sempre", também foi inteiramente dedicado à Maria Rita. O destaque foi para "Acróstico", em que cada frase da composição era iniciada por uma letra que, alinhada uma abaixo da outra e lida na vertical, formava a frase "Maria Rita Meu Amor". A faixa título foi outro sucesso nas rádios. Em 2004, novamente, Roberto se esquivou de um trabalho de inéditas. Lançou um CD e DVD com show completo e uma canção de estúdio: A regravação de "A Volta". Tirada essas férias musicais, o artista voltou com um trabalho com mais novidades em 2005. O sucesso do disco ficou por conta do dueto com Chitãozinho e Xororó em "Arrasta Uma Cadeira". A regravação de "Índia" também encantou os fãs. 

   Em 2006, Roberto Carlos recorreu novamente a seus arquivos. 14 canções foram extraídas de seus especiais e relançadas no disco "Duetos". O trabalho tinha participações de seus companheiros Erasmo Carlos e Wanderleia, além de nomes como Tom Jobim, Caetano Veloso e muitos outros. No ano seguinte, um novo trabalho espanhol: "En Vivo". O trabalho mesclou versões de sucessos em espanhol, como "Emociones", com letras em português, "Concavo e Convexo". Fechando a primeira década dos anos 2000, Roberto prestou uma homenagem à Bossa Nova, junto com Caetano Veloso, em 2008. Lançado em CD e DVD, o álbum teve 16 faixas. "Wave" e "Garota de Ipanema" foram os destaques desse trabalho. Em 2009, em plena comemoração dos 50 anos de carreira, Roberto se limitou a participar do projeto "Elas Cantam Roberto". Ele reinou soberano junto ao casting de 20 cantoras. Nesse álbum ele cantou só apenas na faixa "Emoções".


Década de 2010


   O show na Terra Santa foi transformado em CD duplo e DVD, sendo lançado em 2012. Além dos sucessos de toda a carreira, a apresentação trouxe a interpretação inédita de "Yerushalaim Shel Zarav". No mesmo ano, Roberto lançou a inédita "Esse Cara Sou Eu". Embalada pela novela "Salve Jorge", a canção fez o sucesso que há tempos não se via na história do cantor. A música esteve em um EP de quatro músicas, junto com o funk "Furduncio", composição inédita com o parceiro Erasmo. Roberto pegou gosto pelos EPs e lançou outro em 2013, só com remixes. Entre as cinco faixas, esteve o sucesso "O Portão".


   O segundo volume do projeto "Duetos" saiu em 2014. Entre os participantes, estiveram Jorge Ben Jor, Marisa Monte, Zezé Di Camargo & Luciano, entre outros. Uma turnê em Las Vegas também rendeu produto fonográfico em 2015. O CD duplo trouxe 19 canções. A inédita desse trabalho foi "I'M In The Mood For Love". Ainda em 2015, chegou outro trabalho "ao vivo". Desta vez, a apresentação aconteceu no estúdio Abbey Road, o mesmo em que os Beatles gravavam seus álbuns. Claro que "Primeira Fila" teve uma música do quarteto inglês. A escolhida foi "And I Love Her". O trabalho também foi lançado em DVD.

   Roberto voltou aos EPs em 2017. O trabalho tinha uma característica especial: A embalagem Epack, com 80% menos plástico. O disco trouxe quatro canções, entre elas, "Sereia", um dos temas da novela "Segundo Sol", da Rede Globo. No ano seguinte, chegou ao mercado o atual disco de Roberto Carlos: "Amor Sin Limite". O álbum tem 12 canções, incluindo os duetos com Alejandro Sanz ("Esa Mujer") e Jennifer Lopez ("LLegaste"). As músicas também tiveram suas versões em português.

   Amigo colecionador, dizer que reunir essa coleção é tarefa fácil seria leviandade da nossa parte, mas não chega a ser impossível. Com a popularização das plataformas digitais, o CD de certa forma ficou "ultrapassado". Isso faz com que o valor dos discos acabe caindo. Um dica nossa é que você vá adquirindo por décadas, assim como distribuímos nessa postagem. Quando menos esperar, você poderá ostentar essa obra de arte. Boa sorte!!! 

Fotos: George Luiz / G News Blog

Comentários

  1. Bom texto. CD padrão red book ainda é importante, e já existe há tempos no mercado, midias mais modernas como SACD, DVD-Audio 5.1 ou 7.1 multichannel, Blu-ray audio, relançaram até um album dos Beatles em 8.1, com vocais e instrumentos separados. Fantástico. A midia fisica é superior as 'conexões' digitais, e mp3 (que é lossy).
    Porém, no mercado brasileiro, não existe quase nenhum da época do Roberto, que tenha lançado midias modernas como as citadas.

    E, ao pesquisar o preço de seu CD de 1987, que contém a musica 'O Careta', por virar peça rara ao estar fora de catálogo, tomei um susto, fiquei espantada! Pois está em média, no mercado livre, praticamente o dobro do que gastei anos atrás pelo 'box anos 70' do Roberto.

    O ideal é fazer backup dos CDs da coleção ao FLAC (que é um formato lossless [sem perdas]), pelo EAC [Exact Audio Copy], em modo seguro na configuração, demora um pouquinho pois ele faz a cópia exata para o computador, mas é um programa gratuito. Eu gostaria de achar ao menos, só a musica 'O Careta' em Flac, pois já tenho o album de 1987 do box anos 80, que já não contém essa #6 canção do album.

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