16 ANOS DEPOIS...

O tempo passou, mas quem viveu não esquece a manhã do dia 3 de março de 1996. O Brasil recebeu, chocado, a notícia da queda do avião Lear Jat, modelo PT-LSD, terminando, da forma mais trágica possível, a história da banda “Mamonas Assassinas” que, a bem dizer, acabará de alcançar sua apoteose.


Último show, em Brasília (Foto: Tina Coelho/CB Press)

Depois de uma apresentação no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, o grupo retornou para Guarulhos, cidade natal dos integrantes. As condições visuais do tempo fizeram com que o aeroporto ordenasse que o piloto arremetesse, ou seja, levantar voo para tentar pousar em segurança, contudo, ao invés de seguir pelo caminho ordenado pela torre de comunicação, o piloto seguiu a rota contrária, caindo na região da Serra da Cantareira.

Operação resgatou corpos(Foto:extraída do blog "Oloko.Migrave")

Bombeiros adentraram o local do acidente, em busca de sobreviventes, o que infelizmente, não foram encontrados. Ao todo, nove pessoas morreram: Os cinco integrantes, duas pessoas da equipe, o co-piloto e o piloto. Uma comoção arrebatou o país, que poucos meses antes, foi testemunha do sucesso retumbante. Todos os meios de comunicação anunciavam e mostravam a operação. Pouco a pouco, os corpos, mutilados, eram retirados da mata fechada.

O velório parou Guarulhos dois dias após tragédia (Foto:AP)

Em 1995, a EMI lançou no mercado o primeiro disco do quinteto, intitulado “Mamonas Assassinas”, cinco meses depois, não havia, por mais distante que fosse, um canto do país que não cantasse pelo menos uma música do grupo. “Pelados em Santos”, “Vira-Vira” e “Robocop Gay” chegaram às paradas e a boca do povo. Mais um pouco de tempo e o disco entrava para a lista dos dez álbuns mais vendidos da história no país.

Reprodução de foto de divulgação do trabalho

Como o grupo nem chegou a gravar o segundo trabalho, os lançamentos seguintes se limitaram a registros de apresentações e coletâneas. Em nove meses de carreira, foram mais de dois milhões de discos vendidos, um disco de diamante, centenas de shows pelo país, incluindo uma passagem pelo Recife (Os Mamonas se apresentaram no “Geraldão”, no final de 1995), além de inúmeras participações em programas de televisão.

Autógrafos dos integrantes (Foto:reprodução do site "Quebarato")

Dinho, Bento, Júlio Rasec, Samuel e Sérgio Reoli começaram tocando no bairro onde viviam e se conheceram, no período escolar. Lá pelos idos de 1992, os garotos fundaram o “Utopia”, lançando um LP que não bateu as expectativas. O álbum trazia canções menos cômicas, em relação às que levaram os “Mamonas” ao estrelato. Só três anos depois, o sucesso definitivo veio, porém, apenas por nove meses.

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