Vamos falar de história!! Neste mês de maio se completaram 94 anos da primeira passagem do balão dirigível Graf Zeppelin pelo Brasil. E grande foi nossa surpresa, pesquisando sobre o fato, ao saber que a primeira cidade do país onde o imenso objeto voador pousou foi RECIFE!! Na verdade, o destino final da primeira viagem à América do Sul do equipamento era o Rio de Janeiro, mas a parada na capital pernambucana era estratégica para reabastecimento. O veículo havia partido no dia 18 de maio de 1930 de Friedrichshafen, no sul da Alemanha, e viajado 7,7 mil quilômetros, por quase quatro dias, sobrevoando o Oceano Atlântico.
Primeiro é preciso explicar o que era o balão dirigível. Antes da popularização dos aviões, era este o meio de transporte aéreo mais utilizado. O primeiro foi produzido em 1852 e era operado com a utilização de gás de elevação (hélio ou hidrogênio). Além de serem utilizados para "voos comerciais", foram muito importantes nos deslocamentos de militares durante a Segunda Guerra Mundial.
Ao longo do tempo, os equipamentos ficaram cada vez mais luxuosos, oferecendo em sua estrutura cabines para os passageiros, banheiros, restaurantes e cozinha. Tinham cerca de 250 metros de comprimento, 30 metros de altura, pesavam aproximadamente 10 toneladas e atingiam até 135 quilômetros por hora. Na história, duas empresas se destacaram na operação destes meios de transporte: Zeppelin e Hindenburg, esta última possuía dirigível mais espaçoso, tendo capacidade para cerca de 70 passageiros e algo entorno de 60 tripulantes.
Como meio de transporte, os balões foram utilizados até 1937. A ascensão dos aviões e uma sequência de acidentes (sendo o mais grave ocorrido nos Estados Unidos, matando 36 das 97 pessoas a bordo) tiraram os gigantes dos céus. Atualmente alguns países ainda colocam dirigíveis em operação, mas exclusivamente com finalidade publicitária.
Voltando à passagem do LZ 127 Graf Zeppelin pelo Brasil. No dia 21 de maio de 1930, o equipamento chegou à capital recifense. Para se ter uma ideia da importância do fato, a prefeitura chegou a decretar feriado na cidade para que a população acompanhasse o momento histórico: Deu certo!! Milhares de pessoas presenciaram o pouso na região de mata do bairro do Jiquiá. Dezenas de militares ajudaram na descida (Cordas foram lançadas para que pessoas em terra puxassem o dirigível até o chão). Após reposição de combustível e suprimentos, o Zeppelin seguiu para o Rio de Janeiro, onde chegou em 25 de maio.
A parceria deu tão certo que os alemães decidiram criar uma rota regular para o Brasil, tornando às visitas ao país mais frequentes. O trajeto era sempre o mesmo: O Zeppelin fazia uma escala no Recife para reabastecimento e seguia para o Rio, que em 1936 inaugurou o aeródromo Bartolomeu de Gusmão (A solenidade contou a presença do então presidente da República, Getúlio Vargas). O espaço tinha um hangar de 58 metros de altura e uma fábrica de hidrogênio. Ele funcionou por pouco tempo, um ano depois os dirigíveis saíram de cena após o fatídico acidente em Nova Jersey.
Enquanto o aeródromo do Rio de Janeiro era desativado e desmontado no Rio de Janeiro, a torre de atracação do Recife se manteve em pé (E segue até hoje). Após sofrer uma degradação natural ao longo do tempo, a torre de 19 metros de altura e 19 metros de diâmetro passou por duas restaurações: Em 2003 e 2012. Na primeira, houve uma estabilização do equipamento, mapeamento do estado das peças e uma pintura técnica. Na segunda, parte das peças foi restaurada e outra trocada. O local é aberto para visitação e fica do lado do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, ou seja, segurança não vai faltar para o visitante cultuar a história. Vale a pena conferir!!
Fontes: IPatrimônio, Aventuras da História, The Sun e Reader's Digest.
Fotos: Atração no Recife em 1930 (Reprodução); Atuais (George Luiz / G News Blog).
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