POETAS DE PEDRA - ASCENSO FERREIRA

   Ele foi um dos representantes do modernismo em Pernambuco. Nascido em Palmares, no dia 9 de maio de 1895, e filho de um comerciante com uma professora primária, Ascenso Carneiro Gonçalves Ferreira precisou abandonar os estudos ainda criança para trabalhar quando seu pai, Antônio Carneiro Torres, morreu. A paixão pelas palavras, estimulada por sua mãe, Maria Luisa Gonçalves Ferreira, prevaleceu e se tornou presente na adolescência.

   Começou a publicar seus primeiros sonetos em 1911, quando integrou a equipe do jornal "A Notícia de Palmares". O primeiro deles foi "Flor Fenecida". No ano seguinte, partiu para o Recife, onde também começou a trabalhar em veículos de comunicação da cidade, como o "Diário de Pernambuco". Também atuou como escriturário no Tesouro do Estado de Pernambuco.

   Opositor do estilo modernista no início, Ascenso se dobrou ao formato literário e passou a adotá-lo em sua obra: O poema "Luso Fusco", publicado em 1926, foi o primeiro deles. Ainda no Recife conheceu outros grandes nomes da cultura nordestina, um deles foi Gilberto Freire. Em 1927 lançou seu primeiro livro, "Catimbó".

   Ascenso também enveredou para o lado da política. Participou ativamente da campanha presidencial de Juscelino Kubitschek (1902 - 1976). Chegou a ser nomeado para ocupar função de assessor nos Ministérios da Educação e da Cultura. Nem tudo, no entanto, foram flores para o escritor. Em 1956, ele foi nomeado para dirigir o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. A pedido de intelectuais, a nomeação foi revogada logo em seguida. 

   Em vida, Ascenso Ferreira publicou outros três livros, além de "Catimbó": "Cana Caiana" (1939), Xenhenhém (1951) e "Poemas" (1951), este último uma compilação dos três primeiros. Outras obras foram lançadas após sua morte, ocorrida no Recife em 9 de maio de 1965: "O Maracatu", "Presépios e Pastoris" e "Bumba Meu Boi", todos eles publicados em 1986.

   A escultura em tamanho do poeta Ascenso Ferreira, produzida pelo artista plástico Demétrio Albuquerque, está localizada no Cais da Alfândega, sentado às margens do Rio Capibaribe e contemplando, cercado por seus livros, a belíssima paisagem do centro do Recife. Vale a pena dar uma conferida.

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira.

Fotos: George Luiz / G News Blog 

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