POETAS DE PEDRA - NANÁ VASCONCELOS


   Juvenal de Holanda Vasconcelos nasceu em 2 de agosto de 1944 e foi (Prepara que a lista é grande) percussionista, músico, compositor, arranjador e produtor musical. Seu contato com a música começou ainda na infância, por volta dos 7 anos. Aos 12, integrou a banda do pai tocando bongô e maracá. A profissionalização começou quando ele passou a tocar em casas noturnas e na Banda Municipal do Recife.

   Seu talento musical ficou exposto com a participação no musical "Memória de Dois Cantadores", de 1966, junto com Geraldo Azevedo e Teca Calazans. Nesse trabalho, Naná se encontrou com o berimbau, instrumento que a partir dali faria parte de sua trajetória. A projeção levou o músico a trabalhar com grandes nomes da música nacional e internacional, como Milton Nascimento, Gal Costa e os Mutantes.

   Começou a viajar pelo exterior, passando por Argentina, Estados Unidos e Europa. Na França, onde viveu por cinco anos, Naná Vasconcelos lançou seu primeiro disco, "Africadeus", em 1972. "Amazonas", segundo disco do músico, foi lançado no ano seguinte. Ele fechou a década de 1970 produzindo seu terceiro álbum: "Saudades" (1979). No total, foram cerca de 30 álbuns gravados, entre projetos solo e com parcerias.

   Apesar de consagrado, Naná jamais se acomodou. Com o tempo, ele passou a aprimorar sua sonoridade e incorporar novos elementos às suas produções, como objetos do cotidiano, elementos da natureza, instrumentos eletrônicos e até o próprio corpo. Com essa revitalização do seu trabalho ao longo do tempo, Naná transitou por vários estilos musicais, incluindo o frevo pernambucano.

   Reconhecido internacionalmente como o maior percussionista do mundo de 1983 a 1991, pela revista norte-americana "Down Beat", o pernambucano voltou a trabalhar no Brasil na década seguinte. 
Em 1994 fundou o projeto ABC Musical, que ensinava música folclórica brasileira para crianças de sete a dez anos.  

   No início dos anos 2000, Naná Vasconcelos voltou a viver em sua terra natal. Se dedicou a produção de discos e trilhas sonoras de produções cinematográficas nacionais e internacionais. Com oito prêmios Grammy na carreira, seu último disco solo foi lançado em 2011: "Sinfonia e Batuques". Ele ainda produziu um trabalho em 2015, em parceria com Zeca Baleiro e Paulo Lepetit: "Projeto Café no Bule".

   Na reta final de sua vida, marcou época ao abrir os festejos carnavalescos na cidade do Recife. Por 15 anos, Vasconcelos reuniu centenas de batuqueiros e comunidades de maracatus no Marco Zero da cidade para abrir os quatro dias de folia. Sua última apresentação com os grupos ocorreu em 5 de fevereiro de 2016.

   Pouco mais de um mês depois, Naná Vasconcelos perdia a batalha para um câncer de pulmão, morrendo aos 71 anos após uma parada respiratória, no dia 9 de março de 2016, no Recife. Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco e enterrado no Cemitério de Santo Amaro, na região central do Recife.

   Diante da sua história no Carnaval do Recife, não poderia haver lugar melhor para instalar sua escultura em tamanho real: O Marco Zero. Lá está a obra do artista plástico Demétrio Albuquerque. Imponente no alto dos tambores e empunhando sua principal arma musical: O berimbau!!

Fontes: Site oficial do artista, Enciclopédia Itaú Cultural e G1.
Fotos: George Luiz / G News Blog
           

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