OPINIÃO: TRISTE FIM DAS LIVRARIAS NO RECIFE

   O texto deste mês é mais um daqueles desabafos. Estivemos esses dias em duas grandes redes de livraria, com unidades no Recife, e nos deparamos com uma situação desesperadora: A escassez de produtos e de lançamentos audiovisuais (CDs e DVDs). A impressão que tivemos é que estão apenas esperando os estoques acabarem (O que é uma pena).

   Quem acompanha as postagens desse blog, sabe que somos apaixonados por coleções, principalmente de grandes nomes da MPB. Então, o intuito era exatamente atualizar algumas destas coleções, cujos artistas acabaram de lançar novos trabalhos. Fazia um certo tempo que não visitava esses estabelecimentos (Desde que arrancaram do coração no Marco Zero do Recife uma das livrarias).

   As lojas de discos estão entrando em extinção há pelo menos uns dez anos, depois das plataformas digitais, então, o formato físico parece ter entrado na reta final. No Recife, pelo menos umas quatro redes de magazine comercializavam CDs e DVDs até pouco tempo. Quase que simultaneamente, elas foram retirando os departamentos audiovisuais. O comércio então se limitou às livrarias.

   A livraria da região central do Recife tinha um sortimento fantástico, com lançamentos que, inclusive, não encontrávamos nos magazines. Eis que no fim do ano passado anunciaram o fechamento da unidade. A multidão que passava pelo local se viu órfã (E enganada, já que chegou a ser anunciada a implantação de outro estabelecimento naquela região - o que não aconteceu).

   Restaram apenas as duas grandes redes de livrarias, que estão presentes nos shoppings Recife e RioMar, e outras livrarias menores, que não mantém uma atualização nos estoque musicais. O pior é que as duas primeiras vêm reduzindo os espaços gradativamente e os lançamentos sumiram. É bem verdade que ambas anunciaram estarem sofrendo com a crise do setor literário. Elas, inclusive, estão em processo de recuperação judicial.

   Ainda é possível ver os jovens sentados nos espaços destinados a leitura (Pelo menos a comercialização de livros e as atualizações dos estoques aparentemente estão OK), mas as prateleiras de CDs e DVDs estão cada vez mais vazias. Um cenário triste e cada vez mais desolador para as pessoas, como a gente, que ainda desejam ter os lançamentos musicais em suas estantes pessoais.

   Se pelo lado dos centros de distribuição e comercialização, o fim do formato físico dos produtos já é uma realidade, o lado dos artistas está do mesmo jeito. A maldita mania de lançar músicas apenas "Em todas as plataformas digitais", têm deixado os colecionadores como eu frustrados. Você quer ter um material bonito e bem acabado, mas se quiser, tem que baixar as musicas, gravar num disco. Depois baixa uma foto, imprime num papel e coloca num estojinho se quiser guardar na prateleira junto dos outros discos (Um saco!!!).

   O ideal seria (Já que a extinção das lojas e livrarias se torna cada vez mais real) que o artista, junto com sua respectiva gravadora (Até mesmo de forma independente), lançassem os discos nas plataformas e simultaneamente produzissem uma quantidade "X" no formato físico, para comercializar nos seus sites oficiais e redes sociais, por exemplo. Atenderia a todos os gostos. É preciso entender que, muito mais que um objeto, um belo disco (Seja no formato de Vinil, CD, DVD, Cassete ou tantos outros), também é uma PEÇA DE ARTE.

Foto: George Luiz / G News Blog    

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