OPINIÃO: APESAR DOS PESARES, TORÇAMOS POR BOLSONARO


   Quando os ventos das eleições presidenciais de 2018 começaram a soprar, eu tinha comigo fixa a ideia de que precisávamos de algo novo. Precisávamos sair da polarização MDB, PSDB e PT, afinal, todos eles haviam passado pelo governo e no fim de tudo, estávamos em uma situação desesperadora. Tinha comigo a premissa de que o novo só viria quando "O Brasil tivesse um gestor e não mais político". 

   Mas aí veio aquele movimento iniciado nas redes sociais, logo após o pleito de 2014, e de repente nos aparece um cidadão folclórico, acostumado a falar toda sorte de besteiras em programas de tv, atacando todo mundo como se fosse ele o único ser vivente merecedor de todo o respeito do mundo: Jair Bolsonaro. Assisti muitas entrevistas e para mim, sem dúvidas, ele não seria a pessoa certa. Pelo menos não do ponto de vista de "postura presidencial".

    Então caiu Lula (Que ao meu ver, mesmo que a Justiça do Brasil seja uma piada, não foi condenado injustamente) e o capitão assumiu a liderança nas pesquisas de intenção de voto. "Mito pra lá, mito pra cá", e eu continuei achando que ele estava buscando a cadeira apenas pra satisfazer o ego. Fiquei preocupado até o dia em que conheci Hamilton Mourão, em uma entrevista. Uma grata satisfação, já que o que Bolsonaro mostrava de despreparo, o general compensava com uma postura sóbria.

   Fiquei um pouco mais tranquilo, afinal, pensava: "Se Bolsonaro começar a fazer m... o povo e oposição tiram ele, Mourão assume, e a coisa tem mais chance de ir pra frente". Comecei a cogitar a possibilidade de votar em Bolsonaro (Não por identificação, mas por me sentir traído pelo PT, cuja candidata na eleição de 2014, Dilma Rousseff, obteve meu voto). 

   Há um detalhe que muitos não sabem diferenciar: Há o ELEITOR de Bolsonaro e há o IDÓLATRA de Bolsonaro. O eleitor vota nele, mas tem olhar crítico para discordar de alguns dos seus posicionamentos. O idólatra é como um cavalo com aquelas viseiras que só permitem olhar para uma direção: Tudo que ele faz é lindo, maravilhoso, sábio...é o mestre. O mesmo fenômeno acontece com o petismo. Aliás, o Brasil virou isso: Os idólatras de Bolsonaro de um lado, os idólatras do petismo do outro, e nós, os sensatos, no meio do fogo cruzado sem saber o que fazer.

   Vou fazer uma brincadeira breve que expõe como os dois lados são iguais: Observe a Rede Globo dando notícias durante os governos: O petista na era Lula/Dilma (Notícia boa: "A Globo tá certa!!" - Notícia ruim: "A Globo é golpista"); O bolsonarista no atual governo (Notícia boa: "A Globo está aprendendo a fazer jornalismo" - Notícia ruim: "Globolixo"). Ou seja, se for coisa boa, noticie, se não for, esconda debaixo do tapete. Resumindo: Trocamos seis por meia dúzia.

   Primeiro turno passado (Confesso que não me identifiquei com nenhum), seguimos para a segunda etapa. Em um determinado momento pensei: PT já dei chance e além de "Mensalão" e "Petrolão", ainda nos deixou Temer de herança: Não dava mais!!! Olhei pra Bolsonaro e pensei: "Bem, boas surpresas às vezes vêm de quem a gente menos espera, não custa nada tentar" e fui. Volto a dizer: Não concordo com tudo que ele fala ou faz, mas não adianta ficar no mesmo a vida inteira.

   Passados esses 100 dias de governo, ainda não vejo o tal "Novo Brasil" que se pintou na campanha. Acho que "seu" Bolsonaro deve sair mais das redes sociais e levar mais a sério a cadeira. Por outro lado, nós brasileiros, mesmo com bandeiras diferentes de pensamento, devemos SIM torcer para que aquela criatura acerte o passo e governe igualmente para todos (Raças, orientações, classes sociais e religiões). O país não aguenta mais 4 anos de aventura.
   
   Volto a dizer: Não morro de amores pelo nosso presidente e nem concordo com alguns de seus pensamentos, mas, assim como fiz com Dilma Rousseff (A quem admiro, inclusive) em 2014, desejo de forma efusiva que ele progrida como pessoa e como estadista e leve o Brasil para um voo estável e de primeira classe. TEM MUUUUUITO CHÃO PELA FRENTE.

Foto: Divulgação

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