Na semana em que o CONTRAN anuncia novas regras para a emissão da Carteira Nacional de Habilitação, em realizei os últimos exames para a renovação da minha CNH. E apesar de concordar que as avaliações periódicas devam ser feitas, me pergunto ao mesmo tempo é: Será que adianta um processo democrático, demorado e o pior, tão caro??? Confira a "via-crucis" para manter o documento regularizado:
Comecei o processo em janeiro. Hoje totalmente feito pela internet (Pelo menos um consolo), não chega a ser tão torturante do ponto de vista físico. Primeiro, nada se faz no Detran sem o pagamento de alguma "taxa". Se precisar trocar uma letra no documento, a alteração provavelmente não sai por menos de R$ 50 (Em tempos de crise, uma fortuna). Após o cadastro no site, o sistema emitiu a guia no valor de R$ 253,22 - Valor para renovação de quem usa o documento para atividade remunerada.
Para alguém que trabalha, mas não ganha tanto, o valor já causa um prejuízo enorme para as contas do mês. Pra quem não trabalha, então, fica a pergunta: Como e onde conseguir essa bagatela em um país onde até emprego tá difícil de achar?? Tudo bem, consegui...paguei o "boletinho" e parto para o agendamento de captura da foto. Entre o pagamento e a captura foram mais de duas semanas (Detalhe: já no período de 30 dias após o vencimento. Ou seja, corrida contra o tempo).
A segunda fase foi mais rápida. Uma semana após a captura da foto, agendei os exames médico e psicotécnico para o mesmo dia. O psicotécnico dura cerca de 1h30, mais cerca de 1 h pro exame médico (Pra quem trabalha é um sufoco imenso, já que os atendimentos ocorrem em horário comercial). Na sala do exame, vejo senhores experientes no volante quebrando a cabeça para fazer atividades de crianças em Jardim da Infância (Eles não são culpados. A idade lhes tirou a paciência e a concentração). A pergunta é: Não se poderia fazer esse processo apenas na primeira habilitação??
Concluído o processo, mais três dias para receber o novo documento e, "zas", documento renovado por mais 5 anos. O processo da minha primeira habilitação já contava com um curso de uma semana (Que era uma "encheção" de linguiça fora do normal. Porque bastava ler o famoso livrinho para conseguir fazer a prova tranquilamente) e partir para as práticas. São 16 anos de carteira e nenhum acidente grave (Poucas e pequenas colisões).
O raciocínio é: Porque não investir mais em prática?? Porque não agilizar o sistema nos casos de renovação. Não é a burocracia pra tirar e renovar a habilitação que sozinha vai diminuir os calamitosos balanços anuais de acidentes. Só em 2017, 89.318 acidentes graves aconteceram em rodovias federais, segundo a Polícia Rodoviária Federal divulgou em janeiro. Foram 6.244 mortos e 83.978 feridos.
Não adianta dificultar tanto a vida de quem quer tirar uma habilitação (E extorquir tanto) se quando conquistar o direito de dirigir, o indivíduo vai transitar com falta de atenção, em velocidade desconforme com a via e sob o efeito de álcool, as três maiores causas dos acidentes ocorridos no ano passado, se aproveitando das leis ainda tão brandas. As novas normas do CONTRAN parecem ser mais do mesmo: Aumentar a dificuldade e a arrecadação, que no final não vai mudar a situação do trânsito.
Claro que não podemos culpar apenas os órgãos. Eles apenas cumprem ordens superiores, provenientes de poderes executivo e legislativo de origem beeeeem duvidosa. Enfim, sorte e paciência pra quem vai tentar a "carta de motorista" a partir de junho, quando as novas normas entrarem em vigor. Uma última sugestão: Economize bastante dinheiro!!!
Foto: George Luiz
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