Quando eu tinha meus 7 anos, época em que comecei a sair só de casa para comprar pão ou ir a escola, recordo da minha mãe falando umas célebres frases: "Não converse com ninguém que você não conheça", "Se alguém quiser lhe dar alguma coisa, não aceite", "Não vá pra canto nenhum com gente estranha". Na adolescência, os textos mudaram: "Se seus amigos oferecerem algo estranho, não pegue". A mais forte era: "Cuidado com quem anda". Eu segui a risca tudo o que me foi dito e cá estou: Inteiro e tranquilo. Mas nem todos seguem a mesma cartilha.
O caso do estupro coletivo no Rio de Janeiro, em que uma jovem de 16 anos teria sido abusada por cerca de 30 homens (A Polícia já revê para baixo esta estimativa) levantou uma série de questionamentos. O maior deles foi: Quem foi mais culpado? Eles ou ela? Na minha opinião (E não que ela valha alguma coisa) todos tem culpa nesse cartório específico. Mais os culpados são muitos outros além dos rapazes e da "menina". Começa pelos legisladores, que há muito tempo veem os casos de estupro se multiplicando e não endurecem as leis (Mas quem vai fazer isso, o Tiririca????).
Descendo a pirâmide, temos a justiça. Juízes e delegados têm nas mãos leis que ao mesmo tempo que prendem, soltam. É nas interpretações que estão as chances de moralizar um pouco a situação dos infratores. O que vemos atualmente é uma visão que tende a soltar o criminoso, confirmando um quadro de impunidade que incentiva qualquer ser desprezível a praticar violência contra qualquer um. Lembro de uma frase de um amigo meu, já na idade adulta, ao ver uma menor de idade com roupas provocantes. Ele dizia assim "Por essa, eu ia pra cadeia feliz". Ninguém merece ser violentado. As penas não podem ser revistas apenas em caso de estupro coletivo. Qualquer tipo de abuso e crime deve ser considerado hediondo. e punido rigorosamente.
Um degrau abaixo estão os violentadores. Todos (Absolutamente todos) devem ser punidos. Colocados em uma prisão e trabalhando para bancar seus custos, ao mesmo tempo que paga sua dívida com a sociedade, sem mordomias, sem dó e piedade. Dentro deste grupo também estão os cidadãos que acham que uma mulher deve ser violentada apenas por uma roupa mais justa ou por andarem insinuantes pelas ruas. O principal ponto de mudança nesse sentido é educação desde o berço, acabando com a cultura do machismo que não tem nenhuma razão de existir nos dias atuais. A pergunta é: Que escola vai fazer isso?? Os governos ao invés de investir, estão querendo fechar os estabelecimentos de ensino.
Por último, (E aí entra o quase) estão algumas vítimas. Uma moça que vai trabalhar de manhã cedo e é interceptada por um marginal que a arrasta e prática a ação é uma vítima indefesa. Uma "menina" de 16 anos, que pelos relatos, se drogava e vivia uma vida de perversão, de certa forma colabora com o próprio abuso (NÃO MERECE, DEIXEMOS CLARO), não pelas vestes ou pelo local que frequenta, mas pelas companhias com as quais anda. É evidente que se você sabe que uma companhia é perigosa, você há de se afastar e não se aproximar. Ela podia imaginar que isso aconteceria? Não, mas ninguém é tão inocente nos dias atuais a ponto de achar que pode confiar uns nos outros. É preciso desconfiar de qualquer um.
O ensinamento que fica é: SE PROTEJA E SE PRESERVE, a justiça não fará isso por você. O resguardo é a melhor arma nos tempos atuais para evitar situações embaraçosas ou até trágicas. Desconfie de TODOS, ninguém é tão bom que não possa, em um momento de loucura, ultrapassar os limites do aceitável. A Justiça, que use as poucas armas que tem para que o bandido pense dezenas de vezes antes de cometer um abuso. Os legisladores, que parem de pensar um pouco em si (Um pouquinho só) e façam algo que realmente se aproveite, do alto de suas funções, para o povo.
Foto: Montagem / G News Blog
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