No último sábado (5), o Brasil se despediu de Marília Pêra. A atriz de
72 anos que praticamente viveu a vida inteira nos palcos e na frente dos
holofotes. Era gigante na arte de atuar frente a sua estatura física. Tinha o
brilho nos olhos de quem fez o que sempre soube e o que mais gostou. Ao ver
mais esta partida, entre tantas que tivemos em 2015, me pergunto: O que será da
nossa arte dramatúrgica nos próximos anos???
Nos últimos tempos, um termo tem me
chamado a atenção nos noticiários sobre gente famosa: Celebridade. A
banalização da palavra ao mesmo tempo pode refletir uma separação. Existem as
celebridades, que viram notícia por qualquer bobagem em tempos de internet, e
os artistas, os verdadeiros defensores das manifestações culturais. Seres
praticamente em extinção.
Os verdadeiros artistas, como Marília, praticam seu
ofício pelo amor. Batendo de frente com as dificuldades e colocando seus
projetos em cena (Todos com uma qualidade de conteúdo impecável), muitas vezes
aos trancos e barrancos. As celebridades se expõem a qualquer tipo de vexame
pelo único interesse de se manter nas manchetes de jornais (Forjam flagras,
plantam notas e inventam até mentiras). Esses últimos quase sempre não passam um pingo de
credibilidade.
Mas quero falar desta juventude artística. Quantos atores e
atrizes da nova geração apresentam um talento sequer mediano? Na minha modesta
opinião, poucos: Um ou dois na multidão. A nova safra nem de longe se
compara a nomes como Tony Ramos, Tarcísio Meira, Gloria Menezes, Glória Pires,
entre outros poucos que ainda estão em atividade. Existe, sim, um monte de gente que
basta apenas uma entrevista para mostrar que só está na frente das câmeras para
ficar famoso e faturar fortunas com publicidade e outras bugigangas.
Ainda
existem exceções, e graças a Deus por isso, mas são poucas se comparadas à
safra da veterana, vinda da época em que só subia no palco quem realmente tinha
vocação e talento. A diferença do currículo de 30 filmes, 40 novelas e mais de 50 peças
teatrais da atriz, em relação a muita gente que emenda um trabalho no outro, como
acontece atualmente, é que em cada novo projeto ela foi uma pessoa diferente.
E só uma artista do tamanho de Marília Pêra para viver mais de 120 personagens
(Ou menos, pois só Carmem Miranda ela viveu em mais de um espetáculo), dando
uma característica exclusiva a cada um deles.
Que Deus a presenteie com um
descanso merecido e a nós, amantes da boa arte, com talentos capazes de manter
o padrão de interpretação de astros como Marília Pêra, Miele, Yoná Magalhães, e
tantos outros que nos deixaram neste ano de 2015. Encerro esta postagem com a interpretação magistral da atriz na música "120... 150... 200 Km por Hora", gravada no projeto "Elas Cantam Roberto", em comemoração aos 50 anos de carreira do cantor Roberto Carlos. Confira:
Fotos: Marília Pêra (Divulgação
/ Montagem - G News Blog)
Vídeo: Extraído do Youtube (Canal Vevo)
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