E
o tema racismo voltou à tona, como sempre vai voltar enquanto a humanidade se
comportar como verdadeiros anencéfalos funcionais. Dois casos ocorridos aqui no
Brasil nas últimas semanas, mais uma vez, nos mostram o quanto queremos estar
atrasados em relação a nossa consciência social. As duas situações mencionadas
acima se referem ao caso do casal de namorados de Minas Gerais, ela negra e ele
branco, que foi hostilizado nas redes sociais (Por uma meia dúzia de babacas,
diga-se de passagem) e a avalanche de xingamentos da qual foi vítima o goleiro
Aranha, do Santos, na semana passada.
Na primeira vergonha alheia (Dos racistas),
a jovem M.D.M.R, de 20 anos, assim como toda menina da sua idade, divulgou uma
foto em que estava com seu namorado, ambos da cidade de Muriaé, a 320 km de
Belo Horizonte. O que ela não esperava era a série de comentários preconceituosos
que recebeu na sequência, coisas do tipo: “Onde comprou está escrava”, “Parece
que tão...na Senzala”, “Um branco e uma negosa (SIC)”, disso pra pior. A moça
se constrangeu, ficou triste e 10 dias depois tomou a atitude correta: acionou
a Polícia.
Na segunda cena da desgraça social
brasileira, ocorrida durante jogo decisivo da Copa do Brasil, entre Grêmio e
Santos, na Arena Grêmio, em Porto Alegre, os torcedores gremistas,
enfurecidos pela derrota de 2 a 0, começaram a xingar o goleiro santista,
Aranha, de “macaco”. A plenos pulmões, eles faziam barulhos semelhantes aos
primatas (Começo a desconfiar deste termo). Aranha resistiu no início, mas ao
ver que o coro aumentava, também tomou a atitude correta: Informou ao árbitro
da partida (Que fez ouvido de mercador) e no dia seguinte, procurou as
autoridades.
Mas, ora, procurar as autoridades e a
justiça punir os racistas não me preocupa, o que me preocupa é que depois de
126 anos (A Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888) e com tantos exemplos
de que neste mundo somos inteiramente iguais (Brancos, negros, mestiços, ricos,
pobres, intelectuais, analfabetos, gays, mulheres, homens, chineses, africanos,
brasileiros, católicos, evangélicos, budistas, e por aí vai...), parece que a
humanidade insiste em achar que é melhor por ter um bem melhor ou uma pele mais
clara. Como se as pessoas fossem diferentes para que umas diminuam as outras.
Ora, meus amigos, em tese, somos todos irmãos. Mas quem entende? Quem respeita?
É muito mais triste do que revoltante ver a
moça na tela da ESPN gritando com ódio a palavra “Macaco” para seu semelhante,
mas não é a justiça que vai mudar está mentalidade dela, nem das outras pessoas
envolvidas nos milhões de casos de racismo espalhados pelo mundo afora. Até
porque neste caso específico, penso eu, em termos financeiros, ela deve ser
“bem inferior” ao Aranha, goleiro de uma equipe consagrada como o Santos. Mas
ela se acha superior em função da cor da pele (COITADA). A verdade é que
ninguém é melhor do que ninguém, mas desistam, eles nunca vão entender. Percam
as esperanças (Sejamos realistas). Que a lei se faça presente e puna os criminosos,
mas ainda assim é uma pena que as pessoas se respeitem apenas por medo de uma
multa ou cinco dias na prisão.
Chegará o dia, creio eu, em que os psicólogos
irão dar um alento a quem é chamado de macaco por doentes mentais nas esquinas
da vida. Eles recomendarão a olharem o termo com bons olhos, pois será uma
exaltação: Se compararmos os macacos com a humanidade, chegaremos a conclusão
de que eles são infinitamente mais evoluídos que nós. Em outras palavras, é um
elogio e não uma ofensa. Um dia, os racistas vão entender o segredo da vida (Pura
utopia).
Imagen: Montagen / G News Blog / Reprodução Tv
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