Três
dias após a greve decretada pela Polícia Militar e pelos Bombeiros, Pernambuco
viveu uma quinta-feira de caos em todas as regiões do seu território. Depois de
uma madrugada de saques que assustaram os moradores da cidade de Abreu e Lima,
na região metropolitana do Recife, o clima de tensão tomou conta dos principais
bairros do Recife.
Nas primeiras horas da manhã, o clima ficou
tenso sem a presença dos homens da PM. Os primeiros carros do Exército
começaram a circular pelas principais vias da cidade. Nas redes sociais, as
notícias se multiplicaram e vários internautas postaram imagens e vídeos de
crimes cometidos em pontos diferentes da região metropolitana. Mesmo com o
Tribunal de Justiça de Pernambuco declarando a greve ilegal, os PMs não
voltaram ao trabalho.
Com o registro de casos de assaltos e
tentativas de saques, algumas empresas acabaram fechando as portas mais cedo,
como mostram as imagens da Avenida Marechal Mascarenhas de Morais. Ao meio dia,
boa parte do corredor já estava sem movimento. Com o passar das horas, outras
empresas começaram a liberar funcionários, deixando as paradas de ônibus lotadas.
A Avenida Domingos Ferreira, no bairro de Boa Viagem, que geralmente apresenta um trânsito mais carregado no início da noite, por volta das três da tarde, já apresentava um grande fluxo de veículos.
Viaturas da Companhia Independente de Operações
e Sobrevivência na Área de Caatinga (Ciosac) fizeram rondas para evitar novos
casos de saque. Homens da reserva e da Polícia Civil tentaram levar mais calma
a população. Mesmo assim, as cenas de violência e furtos aconteceram em
diversos pontos do estado.
Estima-se que mais de 200 lojas tenham sido
invadidas e saqueadas. Abreu e Lima foi a cidade mais atingida pelas ações
criminosas, com perdas que poderão chegar a casa dos milhões de reais. Nas
imagens abaixo, a principal via do bairro de Cavaleiro, em Jaboatão dos
Guararapes precisou de reforço do Exército para manter a ordem.
No início da noite desta quinta-feira (15),
uma assembleia em frente ao Palácio do Governo concluiu a paralisação. A
decisão não foi unânime, mas foi aceita diante das promessas de votação do
Plano de Cargos e Carreiras, incorporação da gratificação por risco de morte ao
salário, a reestruturação do Hospital da Polícia e a criação de unidades de
saúde no interior do estado voltadas para os agentes.
A promessa de um aumento salarial ficou para
ser debatido em janeiro de 2015, já que o governo não pode conceder o reajuste
neste momento, considerando o período pré-eleição. A ordem definida, após a
aprovação do fim da greve, foi de retorno imediato aos postos de monitoramento.
Fotos: George Luiz /
G News Blog
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