Quando o brasileiro acha que não fica pior, os senadores “avacalham” de
vez
Eles venceram, mais uma vez. As crianças de 16 e 17 anos,
que brincam pelas ruas das grandes metrópoles assaltando pais de família,
soltando tiros a esmo, estuprando jovens a torto e a direito receberam mais uma
prova de que estão extremamente protegidos. O que resta ao cidadão pagador de
impostos? Rezar antes de sair pela manhã e agradecer de joelhos ao chegar, no
fim da noite.
Definitivamente, não há mais o que fazer. Há duas semanas,
a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado arquivou a Proposta de
Emenda Constitucional (PEC 33/2012) que previa a redução da maioridade penal de
18 para 16 anos. DETALHE: A proposta de autoria do senador Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB-SP) se dirigia apenas aos menores que cometessem crimes
hediondos, tais como sequestro, estupro, homicídio qualificado. Também entrava no texto a reincidência em alguns crimes.
Apesar de concordar que a redução da maioridade não resolve
o problema da violência (O problema é muito mais embaixo), a mudança seria uma
resposta rápida aos anseios, pra ser mais exato, de 92,7% da população
brasileira, segundo pesquisa divulgada, em junho do ano passado, pela
Confederação Nacional dos Transportes e o Instituto MDA. Em São Paulo, o clamor
também é grande: 93%, segundo pesquisa do Datafolha publicada no mesmo período
da CNT. Nada disso foi levado em conta.
A questão não é o veto da proposta em si, mas a postura dos
senadores: Nem abrem a discussão, nem tomam uma providência. Enquanto isso, a
população segue sofrendo e morrendo nas mãos dos delinquentes que entram e saem
das prisões numa velocidade impressionante.
Ora, se os políticos, a Justiça e a Polícia não são capazes
de nos proteger... e agora, quem poderá nos defender? (Não vale dizer que é o
Chapolim). Aí é que está o problema, o político não cria leis, não modifica o
Código Penal “ultra-mega-power atrasado”, automaticamente, as penas continuam
brandas, leves (e os bandidos sabem disto), obrigando a Justiça a soltar quem
deveria permanecer preso pro resto da vida. O resultado desta desordem acaba na
Polícia, que vive enxugando gelo.
Numa situação desta, a população perde o controle e vai no
“mano a mano”, ou, melhor dizendo, no “manos a mano”. Isto porque se tornaram
freqüentes cenas em que grupos de pessoas revoltadas agarram o infrator e lhe
aplicam dolorosos corretivos. Alguns deles acabam morrendo linchados ou
finalizados pelos chamados “justiceiros”. Reparem que esta situação culmina num
ciclo, começa num indivíduo e termina nele. As notícias ganham as manchetes dos
jornais e um ou outro jornalista mais inflamado solta pérolas, como as ditas
pela Rachel Sheherazade, do SBT, em fevereiro deste ano.
Ao ver imagens de um jovem acusado de furto que
foi preso pela população e espancado, Rachel falou: “O contra-ataque aos
bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado
contra um estado de violência sem limite”. As opiniões se dividiram entre os
contra e os a favor das declarações da jornalista (A população em sua maioria,
diga-se de passagem). Afinal, era chegado o momento de levantar a discussão. O
problema não está na Sheherazade comentar, mas no apoio maciço que ela recebeu
dos brasileiros, o que representa que a população realmente concordou com o que
ela disse.
Após isto, alguém da política se pronunciou. O Deputado
Ivan Valente (PSOL-SP) abriu a boca e, ao invés de escutar o grito da
população, expresso pelas palavras da jornalista, abrindo a discussão junto aos
seus, na Câmara dos Deputados, para encontrarem uma solução, decidiu processar a
Rachel e o SBT, como se eles fossem culpados pela algazarra de impunidade que
impera no país. Resultado: Perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado ou
fazer algo de positivo quanto ao tema. Acredito que não precisava alguém falar o
que a população deveria fazer, eles começaram a agir antes mesmo do comentário
publicado pela âncora do "SBT Brasil".
Repare que tudo isto poderia ser diferente se pessoas com o
cargo do senhor Ivan Valente legislasse realmente em prol da população. Mas o
problema dos gestores do nosso país é aquele já descrito naquela história
humorística de um homem, cuja mulher o trai constantemente no sofá da sala e
pra se livrar do problema, o “corno” vende o sofá (Só mexe no lugar errado). A
verdade é que de lá pra cá nada foi feito. Neste meio tempo, mais uma leva de
pessoas teve suas vidas ceifadas pelos menores, maiores, reincidentes e afins,
sem uma resposta concreta da classe política brasileira e até que se faça
alguma coisa (Se é que vão fazer), a população de bem já foi toda dizimada.
O assunto deles agora, até outubro, é outro.
P.S: As imagens que
ilustram a opinião são dos senadores que votaram contra a redução da maioridade
penal. Na ordem: José Pimentel (PT-CE); Gleisi Hoffmann (PT-PR); Anibal Diniz
(PT-AC); Antônio Carlos Valadares (PSB-SE); Inácio Arruda (PC do B-CE);
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP); Eduardo Suplicy (PT-SP); Ângela Portela (PT-PR);
Eduardo Braga (PMDB-AM); Roberto Requião (PMDB-PR); Lucia Vânia (PSDB-GO).
Fotos: Montagem / G News Blog
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