Hoje é o dia do Cinema Nacional. Pouco tempo depois da criação da sétima arte, pelos irmãos Lumiére, o Brasil abriu sua primeira sala de cinema, isso em 1896. Lógico que todos os filmes exibidos eram estrangeiros. A primeira produção brasileira foi um documentário, rodado por Afonso Segreto, sobre a baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, em 1898. A aventura deixou o público com gosto de “quero mais” e outras produções vieram na sequencia. Em 1929, outra inovação, chega aos cinemas o primeiro filme sonorizado. “Acabaram-se os Otários” foi uma comédia produzida por Luiz de Barros, em 1929.

Com o crescimento da produção, chegou a hora do Brasil ter seus próprios estúdios. O primeiro foi a Cinédia, fundado por Adhemar Gonzaga. Nesta produtora, a maior parte das produções tinha comédia e musical como os carros chefes. Outras produtoras marcaram época no Brasil, a Atlântida ficou conhecida pelas Chanchadas, que por sua vez, tornaram inesquecíveis nomes como Oscarito e Grande Otelo. Praticamente na mesma época, surgiu a Vera Cruz. Nesses estúdios, a produção de filmes ganhou contornos parecidos com os de Hollywood.


Na Vera Cruz, o destaque fica pelo humor caipira de Amácio Mazzaropi. O comediante rodou dezenas de filmes, boa parte deles, dedicado ao personagem Jeca Tatu. Com o tempo, Mazzaropi abriu sua própria empresa, a PAM Filmes, com direito a estúdio e área para cidades cenográficas. Mazzaropi morreu em 1981, vítima de câncer.


Com o ápice do cinema nacional, vieram também os prêmios. No Festival de Cannes, filmes brasileiros, como “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, e “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, de 1952 e 1962, respectivamente, foram agraciados com a Palma de Ouro, prêmio máximo do festival. Começava a trajetória do Cinema Novo. Entre os vários diretores, destacamos Glauber Rocha. Era Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.


Na década de 70, a febre ficou por conta das Pornochanchadas. O estilo, misturando humor e erotismo, recebeu o título de “Boca do Lixo”. A produção se concentrou em São Paulo e Rio de Janeiro. Grandes artistas, tanto masculinos quanto femininos, estrelaram várias produções. As cenas de sexo eram carregadas de nu frontal, algo extremamente agressivo para o conservadorismo da época.


Na década seguinte, por causa dos problemas econômicos do país, tanto para quem produzia quanto para quem assistia, o número de filmes caiu bruscamente, só recuperando o fôlego na década de 90. Um destaque dessa época, sem dúvida, vai para os filmes do quarteto “Os Trapalhões”. Foram mais de 40 produções (Houve ano com duas produções). Nos anos 2000, as produtoras se multiplicaram, destaque para a “Globo Filmes”, e o cinema nacional conquistou de vez o público local.

Dentre os muitos prêmios já disputados e conquistados, um, em especial, nunca veio: O Oscar. Desde da década de 50, muitos foram os indicados: “Orfeu Negro”(1959), “O Pagador de Promessas” (1962), “O Beijo da Mulher Aranha”(1985) – Feito em co-produção com os Estados Unidos, “O Quatrilho”(1995), “O que é isso, companheiro” (1997), “Central do Brasil”(1998), “Cidades de Deus”(2003)- Concorreu em quatro categorias, porém, não concorreu a melhor filme estrangeiro. Em 2012, as apostas estão em cima de “Tropa de Elite 2”, de José Padilha. O anúncio dos indicados a premiação sai no início de janeiro.


E pra você, que ficou curioso, confira (abaixo) a lista com os dez filmes mais vistos da história do Cinema Brasileiro:
(Em vermelho, o número de espectadores)
1. Tropa de Elite 2 (2010) – 10.736.995
2. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) – 10.735.524
3. A Dama do Lotação (1978) – 6.509.134
4. Se Eu Fosse Você 2 (2009) – 6.112.851
5. O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão (1977) – 5.786.226
6. Lúcio Flávio, passageiro da agonia (1977) – 5.401.325
7. Os Dois Filhos de Francisco (2005) – 5.319.677
8. Os Saltimbancos Trapalhões (1981) – 5.218.478
9. Os Trapalhões na Guerra dos Planetas (1978) – 5.089.970
10. Os Trapalhões na Serra Pelada (1982) – 5.043.350

Fonte: Agência Nacional do Cinema (Ancine)
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