POETAS DE PEDRA - CHICO SCIENCE


   Ele nasceu na cidade de Olinda e seu nome de batismo era Francisco Assis França Caldas Brandão. Viveu maior parte da vida na comunidade de Rio Doce. Começou a se interessar pela vida artística por volta dos vinte anos, quando integrou um grupo de dança de rua chamado "Legião Hip Hop". Ele passou rapidamente por outros grupos, como "Orla Orbe" e "Banda Loustal". 

   No início da década de 1990, Chico conheceu o bloco afro "Lamento Negro". O grupo de percussão fazia trabalhos sociais na cidade e misturava ritmos locais, criando um som que o  agradou. Mais tarde, ele sugeriu a união com o grupo, criando a banda "Chico Science e Lamento Negro". A ideia era simples: Mesclar rock e black music com maracatu, coco de roda, samba reggae, entre outros.

   Não demorou muito e o título da banda foi trocado. Nascia "Chico Science e Nação Zumbi". Além de Science, integravam o grupo: Jorge Du Peixe, Lúcio Maia, Gilmar Bola 8, Canhoto, Dengue, Toca Ogam e Gira. Já nas primeiras apresentações, o público sentiu a sonoridade diferente da banda. As letras também tratavam das particularidades locais, como o mangue, o que culminou com a criação do movimento "manguebeat". 

   Foram três anos de apresentações, inclusive, no sul do Brasil, até o lançamento do primeiro disco, pela gravadora Chaos, da Sony Music, em 1994. O primeiro trabalho emplacou, de cara, duas músicas em trilhas de telenovelas: "A Praieira" e "A Cidade". Outro destaque desse álbum é "Da Lama ao Caos". O sucesso de público e crítica acabou por levar "Chico Science & Nação Zumbi" para o exterior.

   O segundo disco da banda, "Afrociberdelia" foi lançado em 1996 e consolidou o sucesso do grupo no cenário musical nacional. A sonoridade dos ritmos pernambucanos ganhou recursos eletrônicos e uma nova leva de hits surgiu, com os clássicos "Maracatu Atômico", "Manguetown" e "Macô". Foi o último trabalho com todos os integrantes da banda.

O dia 2 de fevereiro de 1997 foi marcado por uma tragédia. Chico Science trafegava pelo Complexo de Salgadinho, na divisa de Recife com Olinda, quando perdeu o controle do veículo, bateu em outro carro e depois em um poste. No momento do acidente, uma fivela do cinto de segurança se soltou, contribuindo para a morte do músico, aos 30 anos. A família de Chico abriu um processo contra a montadora do veículo.

   O processo foi concluído 10 anos depois, com a Justiça condenando a montadora a pagar uma indenização milionária para a família de Chico Science. O corpo do artista foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro, na região central do Recife. Já a escultura em tamanho real do ídolo pernambucano, produzida pelo artista plástico Demétrio Albuquerque, está instalada na Rua da Moeda, reduto do cenário alternativo na cidade.
 
Fontes: Enciclopédia Itaú e Click PB
Fotos: George Luiz / G News Blog

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