
Cria de um dos maiores conglomerados de
comunicação do país, a Bloch Editores, do ucraniano mais brasileiro de todos os
tempos, Adolpho Bloch, a emissora entrou no ar no dia 5 de junho de 1983, às 19h.
Com a promessa de ser uma TV de primeira linha, recebeu investimentos
milionários para que tivesse conteúdo da maior qualidade, equipamentos de
última geração e instalações impecáveis. Por ironia, a dívida que a fez nascer
foi à mesma que a matou. Seu Adolpho era um homem de visão, acreditava no país,
fazia dívidas visando pagá-las com o lucro, que nem sempre veio na mesma
proporção, mas nunca deixou de lado seu objetivo, desenvolver o país.

Bloch era o segundo vencedor de uma disputa por nove
canais (pertencentes as TVs Tupi e Excelsior – que faliram em 1980 e 1970,
respectivamente) – o primeiro foi Sílvio Santos, ganhador de quatro concessões
que deram origem ao SBT. Ambas emissoras tinham apenas dois anos para serem
colocadas no ar, enquanto Sílvio correu para uma solução caseira (aluguel de
estúdios e equipamentos das emissoras falidas), Adolpho seguiu pelo caminho
mais perigoso (e mais tarde, desastroso), adquirindo tudo que havia de mais
moderno em tecnologia. Equipamentos vindos até do exterior.
Meu saudosismo passa pelas coberturas do
carnaval, os programas infantis, que nos apresentaram Xuxa e Angélica, as
grandes transmissões de esporte e as novelas. Ahhh, as novelas! Lembro da
primeira que vi, “Dona Beija”, com Maitê Proença. Como me revoltei, ainda
garoto, ao ver uma cena em que a personagem é surrada no meio de uma floresta,
a famosa cena do banho de cachoeira... E peladona no cavalo, então: SAUDADES.
Fui crescendo e a paixão pela emissora só aumentou. “Kananga do Japão”, “Pantanal”,
o fenômeno inesperado, “Ana Raio e Zé Trovão”, que só depois de velho descobri
que foi uma novela itinerante que rodou o país e, praticamente, jogou a
Manchete no buraco, devido aos imensos investimentos e o pouco retorno.

A programação deu a respirada, na metade dos
anos 90 encorpou a programação, veio gente boa: Raul Gil, Sula Miranda, Sandy &
Júnior. As novelas ganharam destaque, mas eram os últimos suspiros: “Tocaia
Grande”, “Xica da Silva”, “Mandacaru”. Os rostos conhecidos começaram a sumir,
as novelas passaram a apelar, a programação se tornou cada vez mais comercial,
alugada a “gatos e cachorros” e a qualidade foi se dizimando. A estrela estava
se apagando e meus olhos leigos percebiam que algo errado acontecia, contudo,
segui firme e forte, acompanhando um ou outro programa.
Recordo-me da festa para o lançamento da
novela “Brida”. Atores famosos, gravações na Irlanda, imagens de tirar o
fôlego, era o apogeu? Não, uma falsa ilusão. Internamente, a novela já teve
início com pé no fracasso, devido aos problemas internos. A Manchete estava
capengando. Com o tempo, os desenhos se repetiam, “Brida” acaba de uma hora pra
outra, sendo substituída por “Pantanal” que, já desgastada, pouco pode fazer
para alavancar a audiência, enquanto seus executivos brigavam para conseguir
passar o canal pra frente.


Não
adiantaria escrever tudo que todos já escreveram, gente até mais competente que
eu. Portanto, eis minha singela homenagem ao muito que vi e usufrui desta bela história.
A Rede Manchete segue viva nos “Youtubes da Vida” e nas lembranças de todos que
a assistiram.
REDE MANCHETE DE TELEVISÃO – VOCÊ EM PRIMEIRO LUGAR.
Fotos:
Reprodução
Vídeos: Extraídos do “You
Tube”
Muito boa a lembrança da extinta Tv Manchete.Foi um marco na minha infância através de programas inesquecíveis Parabéns!!
ResponderExcluirMas onde ou para onde está escrito M da rede manchete alguém
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