Se
você perguntar a uma pessoa super bem informada, saberá que 11 candidatos
disputam a presidência da república este ano. Se perguntar a uma pessoa mais ou
menos informada, provavelmente, ela te dirá que são 7, os que participaram dos
cinco debates televisivos levados ao ar. Agora se você perguntar a um ser que
está c... para o assunto, ele certamente dirá a você que são três: Dilma
Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves. Se for um completo alienado, ainda colocará
Eduardo Campos no páreo.
O fato é que chegou ao fim a primeira etapa
das eleições presidenciais (Digo primeira etapa, pois as pesquisas apontam para
o segundo turno). Sempre achei divergências quanto à questão de como cada
candidato e partido expõe suas idéias e propostas. Dos 11 candidatos, cinco
foram reduzidos aos minutos “mirrados” do horário eleitoral. Ora, porque não
dar um tempo igual pra todo mundo? Mesmo para os que têm muito a falar.
A nossa eleição já começa desleal neste
ponto. Outros quatro ganharam a chance de participar dos debates, mas eles, de
fato, se restringiram aos principais. Todos quiseram perguntar e colocar na
parede a Dilma, o Aécio e a Marina. Os outros parecem ter sido questionados
apenas para cumprir o acordado antes dos confrontos começarem. Os candidatos
dos “Partidos Nanicos”, Como são chamados, pareceram estar ali como uma espécie
de “Café com leite” (Como a gente falava no tempo de criança), tão somente pra
respeitar a norma do TSE que estipulava que fossem convidados os candidatos
pertencentes a partidos com representação na Câmara dos Deputados.
Mas vamos ao que interessa: Você conhece
todos os candidatos ao mais alto posto do Poder Executivo? Arriscaria dizer que
80% da população não conhecem todos os nomes. Ou porque sempre tiveram seu
candidato escolhido, ou porque não tiveram a chance de conhecê-los, embora o
mais certo seja pelo fato de que muitos não estão nem aí pro assunto: “É tudo
farinho do mesmo saco” (Sempre tem um que diz isso).
A locomotiva do trenzinho, todos nós
conhecemos, nos governa há quase quatro anos. Lançada ao estrelato pelo
ex-presidente Lula, Dilma Rousseff (13) foi Ministra e assumiu vários cargos
administrativos antes de ser abençoada pelo petista (Ah, também foi presa na
ditadura, os críticos adoram lembrar deste passado).
Depois vem Marina Silva (40), a acreana que foi
senadora, concorreu à última eleição presidencial (foi surpresa nela), tentou
criar o próprio partido, foi impedida, depois se uniu ao ex-governador de
Pernambuco, Eduardo Campos. Virou a bola da vez depois que um acidente aéreo
acabou com o líder da chapa, se viu a um passo do Planalto e agora cai de modo
que até sua presença no segundo turno é dúvida.
Logo na “rabeta”, está Aécio Neves (45),
ex-governador de Minas Gerais, neto do quase presidente do Brasil, Tancredo
Neves, morto antes de assumir em 1985 e principal esperança do PSDB para voltar
ao poder, deixado em 2002 por Fernando Henrique Cardoso. Começou em segundo,
caiu para terceiro, agora briga por uma vaguinha no segundo turno e tem que
aguentar as acusações dos outros candidatos de mandar fazer um aeroporto
particular para familiares no seu estado natal.
A partir daí entram os coadjuvantes na
história. Eduardo Jorge (43), do PV, formado em medicina, filiado por muitos anos ao
PT, ex-secretário de saúde no estado de São Paulo, deputado estadual e federal.
Ganhou dos eleitores o título de piada do ano pelo jeito “despojado” como
conduziu as conversas nos encontros. Com está postura, até angariou alguns
admiradores.
Da ala evangélica (Como não poderia deixar
de faltar), temos o Pastor Everaldo (20), do PSC, que pouco falou nos debates, mas
tem o apoio maciço dos grandes líderes evangélicos, principalmente da
denominação “Assembleia de Deus”, que tem um grande número de fiéis.
Praticamente do mesmo grupo, principalmente depois de declarações pró-família
tradicional e contra os gays, Levy Fidelix (28), do PRTB, tentou de tudo e não
conseguiu nada em termos de cargos públicos. Na primeira tentativa ao Planalto,
conseguiu apenas 0,06% dos votos. Adotou uma postura mais firme nos últimos
encontros e despertou a ira dos candidatos pró-liberdade sexual.
No outro extremo está à terceira mulher da
corrida presidencial, a gaúcha Luciana Genro (50), do PSOL. A ex-petista foi eleita por
duas vezes deputada federal e participou da fundação do PSOL. Teve grandes
momentos de discussão ao longo dos debates, principalmente com Fidelix, ganhando
o apoio maciço da comunidade LGBT. Outro gaúcho na disputa é José Maria Eymael (27),
do PSDC. Com o slogam “Por um país que queremos e podemos”, promete seguir a
risca o que diz a Constituição de 1988, mas, sem uma forte divulgação, acaba
quase que falando às moscas. Ainda assim, é uma alternativa.
Entre os que mal aparecem, mesmo nos
comerciais interprogramas da tevê, estão o sociólogo e professor Mauro Iasi (21), do
PCB, o jornalista Rui Costa Pimenta (29), do PCO, que tenta a vaga de presidente
desde 2002, e o paulista Zé Maria (16), do PSTU, quem em sua melhor campanha, em 2002,
alcançou mais de 400 mil votos. O que dificulta ainda mais a vida dos
guerrilheiros acima citados é que nenhum deles tem qualquer experiência em cargos
públicos. Ou seja, o voto sai praticamente na “camaradagem”.
Enfim, caro leitor, esperamos ter lhe
colocado a par dos outros nomes que concorrem a vaga de presidente da
república. Chegou a hora de fazer o dever de casa, estudar as propostas
apresentadas, avaliar a que melhor conduz o país e, no próximo domingo,
depositar seu voto. E que a escolha seja a melhor.
Fotos dos candidatos (Na ordem em que aparecem
no texto): Divulgação / PT, PSB, PSDB, PV, PSC, PRTB, PSOL, PSDC, PCB, PCO,
PSTU.
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