OPINIÃO: A REPUTAÇÃO DOS CENTROS DE CONFECÇÃO DO AGRESTE ESTÁ MAIS IMUNDA QUE A MATÉRIA PRIMA QUE RECEBEM

Quando agente acha que o caráter do ser humano chegou ao fundo do poço, descobrimos que esse fundo de poço tem porão. O escândalo do momento é o desembarque de dois contêineres, no porto de Suape, contendo quase 24 toneladas, cada um, de lixo hospitalar dos Estados Unidos. Só este ano, já chegaram, no mesmo porto, outras seis cargas do mesmo “produto”. Depois de tanto rebuliço, finalmente, o empresário Altair Teixeira de Moura, dono da empresa que importou o material, abriu a boca pra falar do assunto.

Em entrevista ao Uol Notícia, do portal Uol, Moura se defendeu das acusações, dizendo ser vítima da empresa norte americana que enviou os tecidos. Segundo o empresário, ele conheceu a empresa em 2009, através da internet, e passou a negociar tecidos por valores mais baixos. Altair falou que sabia que os tecidos vinham de hospitais, porém, negou que soubesse que se tratava de lixo hospitalar, como alguns funcionários tinham denunciado anteriormente.

Apesar do empresário dizer que tem como provar que a importação era legal, a Receita Federal diz o contrário. A Apevisa (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária) também sustentou que o procedimento é ilegal, completando que não é a primeira vez que isso acontece. O gerente da Apevisa, Antônio Figueiredo Vasconcelos Júnior, contou que foram encontrados lençóis com fungos entre a mercadoria que fica no galpão da empresa Na intimidade, em Caruaru. O material vinha de 15 hospitais norte americanos diferentes.

Luvas e seringas estavam misturados entre os tecidos
Concluindo, um total desencontro de informações que assustou, e assusta, toda a população de Pernambuco e cidades adjacentes. A queda nas vendas de confecções nas cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama já é uma realidade. Incrível acreditar que um empresário tenha a capacidade de comprar lixo hospitalar (sabendo que é lixo) por preço baixo e colocar a saúde dos seus clientes em perigo, única e exclusivamente, com o objetivo de ter lucro. Curioso é que, em nenhum momento, Altair Teixeira revelou o nome da empresa que enviou os tecidos. Cabe a Polícia desvendar esse “Angu de Caroço”, e logo, antes que o comércio das cidades afetadas vá, literalmente, pro lixo.

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